Rio avança no enfrentamento ao descarte irregular do lixo em favelas

Com apoio da Comlurb, Subprefeitura dos Grandes Complexos distribui contêineres e inaugura ecopontos para combater o descarte irregular em favelas da Zona Norte do Rio.

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*Marlí Peçanhá é Subprefeita dos Grandes Complexos 

A cidade do Rio de Janeiro tem cerca de 1,3 milhão de moradores, ou cerca de 23% da população, vivendo em favelas, segundo o suplemento do Censo 2022 divulgado em novembro de 2024. Esses territórios, muitas vezes enfrentam um agravamento das condições ambientais e sociais, impulsionado pelo descarte inadequado de resíduos sólidos urbanos.

Apesar dos avanços na urbanização, na infraestrutura e na ampliação da coleta pública em comunidades, o problema do despejo irregular de lixo ainda é um desafio. A disposição incorreta de resíduos não só compromete a saúde pública — favorecendo a proliferação de vetores de doenças como ratos e insetos — como também agrava problemas ambientais, como alagamentos decorrentes do entupimento de ralos e bueiros, além de contaminar o solo e as águas subterrâneas. São  questões que impactam diretamente na qualidade de vida dos moradores, reforçando a urgência de ações efetivas.

Nesse cenário, a Prefeitura do Rio de Janeiro tem promovido esforços coordenados por meio da nova Subprefeitura dos Grandes Complexos, que abrange 13 conjuntos de favelas de baixa renda, definidos pelo Instituto Pereira os, onde há alta concentração populacional. Liderada por mim, ex-secretária de Ação Comunitária, essa iniciativa busca implementar soluções sustentáveis e de impacto duradouro, apoiada pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb).

Marli Peçanha

Um dos principais avanços é a instalação de contêineres de grande capacidade — com 1.200 litros — em pontos estratégicos dessas comunidades. Esses equipamentos visam facilitar o armazenamento temporário de resíduos, reduzindo o descarte irregular e promovendo ambientes mais saudáveis. Atualmente, estamos distribuindo cerca de 150 contêineres em cada complexo, com as entregas em andamento no Alemão, Jacarezinho e Penha, Zona Norte da cidade, onde vivem aproximadamente 200 mil pessoas. A medida se estenderá a outras regiões da cidade. Ainda na Penha, em breve, será inaugurado na comunidade Parque Proletário um Ecoponto equipado com uma caixa compactadora para lixo domiciliar e caixas multiuso para entulho, ampliando as possibilidades de descarte responsável e eliminando um ponto de grande acúmulo de lixo.

Ao instalar os contêineres, a Subprefeitura dos Grandes Complexos não apenas combate o lixo irregular e melhora as condições sanitárias e de bem-estar das comunidades, como também promove campanhas de conscientização junto aos moradores e associações locais. Essas ações incluem rodas de conversa e a distribuição de cartilhas educativas da Comlurb, além da instalação de placas de orientação sobre o descarte correto. Esse trabalho de sensibilização é fundamental para transformar hábitos e garantir a eficácia das políticas públicas de limpeza e saúde urbana. A responsabilidade compartilhada é fundamental para que cada morador compreenda seu papel na preservação do espaço comum e na promoção da saúde coletiva.

Tais iniciativas estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o Objetivo 11: “Cidades e comunidades sustentáveis” e refletem um esforço de todos para transformar as condições de vida nos grandes complexos de favelas, valorizando seus moradores, promovendo o direito à cidadania e contribuindo para uma cidade melhor de se viver.

Ainda há muito a ser feito, mas os avanços já demonstram que, com planejamento, parceria e engajamento social, é possível construir uma cidade mais limpa, saudável e digna para todos.

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