Relíquia: Casarão de 1820 está à venda no bairro do Cosme Velho

Atualmente o imóvel raríssimo está à venda por R$ 2 milhões. A residência aristocrática tem quatro andares, 420 m² de área construída e cercada por 1.200 m² de terreno verde

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O imóvel raríssimo está à venda por R$ 2 milhões — Foto: Rafael Bokor

Quem já percorreu a Rua das Laranjeiras rumo ao Cosme Velho com o tempo a seu favor — sem a pressa que o Rio costuma exigir — sabe do tesouro arquitetônico que aquela região ali guarda. O antigo Vale do Rio Carioca — que hoje corre canalizado sob a via —, já foi um reduto da alta sociedade intelectual do Rio. Quem optava por não ser vizinho do antigo Palácio Real, com seus terrenos valiosíssimos entre São Cristóvão e a Tijuca, desbravava a cidade pela porção sul, e de preferência, nas encostas do Morro do Corcovado.

Por ali viveram nomes como Machado de Assis, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Cândido Portinari. Um pedaço do Rio que, por muito tempo, foi chamado de pitoresco, expressão comum nos jornais do século XIX ao descrever o bairro do Cosme Velho. A primeira iniciativa de proteção do patrimônio naquela região ocorreu só na década de 80, com a criação da APA — Área de Proteção Ambiental. Posteriormente, essa norma foi ampliada, permitindo a preservação de outros bens na área, o que ajudou com que edificações históricas não fossem demolidas pela especulação imobiliária.

Esse arcabouço legal foi fundamental para garantir que joias como um casarão do início do século XIX — datado da década de 1820 e erguido na ladeira atrás da histórica Bica da Rainha —, não desaparecessem da paisagem do bairro. Atualmente o imóvel raríssimo está à venda por R$ 2 milhões. A residência aristocrática tem quatro andares, 420 m² de área construída e cercada por 1.200 m² de terreno verde. A construção mantém características originais, como escadarias, vitrais e azulejos, que contam parte da história do bairro e da elite que ali viveu.

A residência aristocrática tem quatro andares, 420 m² de área construída e cercada por 1.200 m² de terreno verde — Foto: Rafael Bokor

A casa está à venda pela Sergio Castro Imóveis, que inclusive, possui uma unidade bem próxima a residência. “Essa casa é uma raridade. Ela não pode ser vista da rua, possui um terreno enorme, são mais de 1.200 m2 e 420m2 de área construída. Além de ser ampla, super confortável, rodeada pela natureza, com silêncio e muita luz natural, ela traz consigo tanta história preservada. Uma excelente oportunidade para os amantes de arquitetura antiga.” destaca Juliana Malafaia, corretora parceira que vem divulgando o imóvel.

O casarão foi ocupado por anos pela família Boesch. Ainda que o interior tenha ado por adaptações ao longo do tempo, a fachada permanece intacta, com detalhes que remetem à época da fundação do bairro e que lembram as edificações de Petrópolis, com elementos que remetem às casas serranas. O imóvel ainda era usado como residência até pouco tempo.

O casarão foi ocupado por anos pela família Boesch — Foto: Rafael Bokor

Juliana destaca ainda que, além do charme e da arquitetura, há uma questão prática cada vez mais valorizada no Rio: a segurança. “Também tenho acompanhado a preocupação dos meus clientes com relação à localização e segurança nos bairros do Rio, essa casa traz essa tranquilidade extra. Morar em um bairro histórico com qualidade e a sensação de estar em um condomínio seguro e escondido.”

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9 COMENTÁRIOS

  1. Pois se eu pudesse compraria e faria um restaurante. Deve ser bem caro. O imóvel é belissimo. Quando eu for no Rio vou visitá-lo. Não tenho medo de violência. Eu, estando dentro, duvido alguém invadir. Morre em cima do rastro. Francamente! Deixar de comprar uma casa por medo de violência? Ora, ora, ora.

  2. Só pode ser do lado de uma favela por esse preço!!
    Ou ser tombado…o q diminui muito o preço!!!Esse é o “favor” q a prefeitura faz…e nem alivia no IPTU ou outro imposto….a “memória ” da cidade é custo prara herdeiros….enquanto isso querendo destruir o histórico buraco do lume e colocar um espigão!!!Haja dindin na mão do espertalhão!!!

  3. O valor de venda abaixo do preço, provavelmente é o medo de ser invadido, como muitos imóveis antigos do Rio vem sendo invadidos nos últimos tempos…pior ainda para o tráfico…Santa Teresa e Centro que são bairros antigos tem tidos esse problemas.

  4. Imgino os custos de reforma e manuentação, por isso um valor aparentemente “barato”, caso contrário, se fosse um bom negócio já teria sido comprada pelos que entendem do mercado.

  5. Dois milhões só? Achei barato em relação a outros que estão sendo vendidos ainda mais uma raridade de construção desse nível e além disso de estimado valor histórico.
    Não sei, não sou avaliador…é minha opinião

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