O Ministério Público do Rio (MPRJ) deu início a uma ação inédita de enfrentamento ao racismo e à xenofobia nos estádios cariocas durante as partidas da Copa Libertadores e da Sul-Americana. A iniciativa prevê a presença de promotores de Justiça nos jogos realizados na capital, com foco especial na identificação e repressão a atos discriminatórios nas arquibancadas.
Promotores do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor estarão atuando de forma presencial nas arenas esportivas, além de acompanhar as partidas por meio do circuito interno de câmeras. Caso alguma conduta racista ou xenofóbica seja registrada, os responsáveis poderão ser conduzidos imediatamente ao Juizado do Torcedor. Em casos de flagrante, a prisão será determinada na hora e o processo criminal será aberto.
Como parte da ação, o MPRJ lançou nesta quarta-feira (14/05) a campanha “Estamos Vigilantes”, com o objetivo de conscientizar o público e reforçar o compromisso da instituição com a promoção de um ambiente esportivo seguro e livre de discriminação. A campanha convoca torcedores, jogadores, jornalistas e profissionais envolvidos nas partidas a não se calarem diante de atitudes racistas. “O combate ao racismo é uma responsabilidade de todos. Denunciar é um dever coletivo”, destaca o material da campanha.
O MP também orienta que qualquer pessoa que testemunhe comportamentos discriminatórios procure imediatamente um policial militar, agente de segurança do estádio ou o promotor de plantão no Juizado do Torcedor. Denúncias podem ser feitas também pela Ouvidoria do MPRJ, pelo número 127.
A operação conta com o apoio da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia do próprio MPRJ, que realizou inspeções técnicas nos estádios para verificar a eficácia dos sistemas de monitoramento e sugerir melhorias. Durante os jogos, a equipe técnica vai atuar in loco, registrando imagens, sons e identificando possíveis gestos, cânticos ou ofensas de cunho discriminatório.