Pescadores adentram a Baía de Guanabara, mas seus barcos não voltam carregados de peixes e sim de lixo. Eles fazem parte de uma iniciativa que consiste em retirar residos das águas próximas à Ilha do Governador.
Em suas ações, o projeto Pescando Resíduos, realizado pela organização BVRio, retira dezenas de itens como brinquedos, sofás, bolsas, TVs, tênis de marca, móveis, etc. Um verdadeiro “shopping de lixo”, ou “maré shopping” como nomeou um dos pescadores, fica exposto nas areias da Praia dos Bancários após os trabalhos.
“A partir dessa provocação feita pelo pecador, propomos uma matéria que dialogue com temas urgentes como padrões de consumo, descarte inadequado de resíduos e justiça socioambiental“, pontua a BVRio.
“Dados do Inea mostram que todo os dias, 90 toneladas de lixo, especialmente lixo plástico, são despejadas na Baía de Guanabara. Isso virou um problema global, temos as ilhas de plástico nos oceanos. Na Baía de Guanabara tem impacto sobre os animais marinhos, como botos e tartarugas, que acabam comendo esse lixo. Isso causa um impacto muito forte sobre as comunidades pesqueiras. Além do impacto para todo o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro tem um economia do mar e não dá para ter uma economia do mar com praias e a Baía de Guanabara cheia de lixo“, afirma Sérgio Ricardo, co-fundador do Movimento Baía Viva.