Um terreno de 1.500 metros quadrados e duas frentes no miolo do centro financeiro do Rio está oficialmente no alvo da Prefeitura. Um decreto publicado nesta quarta-feira (29/05) declarou de utilidade pública os números 51 e 55 da Rua da Quitanda, liberando um processo de desapropriação por hasta pública. A decisão busca destravar um ime imobiliário que dura mais de meio século, através da realização de um leilão.
Enquanto o 55 é um enorme terreno perfeito para construção e há décadas usado como estacionanento, o número 51 é um sobrado de valor histórico, conhecido por ter abrigado o restaurante Mr. Opi e a boate Nuth. A construção chama atenção pela fachada de azulejos no estilo holandês e telhas pintadas à mão. Ao lado, no número 55, está um terreno extenso, usado como um estacionamento há décadas, que ocupa uma quadra inteira entre a Quitanda e a Travessa do Ouvidor — em plena zona mais valorizada do Centro. O prédio pertence, segundo o cartório de registro de imóveis, à Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.
Segundo informações do mercado, no local pode ser erguido um prédio de mais de 25 andares. O terreno tem frente para a Rua da Quitanda e também para a charmosa Travessa do Ouvidor, que liga a rua do Ouvidor à Sete de Setembro. A região está badalada: recentemente a Sergio Castro Imóveis vendeu um prédio de 15 andares na rua do Ouvidor, esquina com a travessa, a um investidor. A Travessa, lotada de lojinhas, tem portões nas suas duas extremidades, e é fechada à noite, por segurança.
Ime do terreno
A área pertenceu à antiga Veplan, maior construtora do país nos anos 70. A empresa chegou a anunciar ali o Edifício Ninho das Águias, um projeto de 55 andares, com unidades comerciais já vendidas na planta. A obra nunca começou. A Veplan quebrou logo após o lançamento, e o terreno ficou travado. Parte já tinha sido comercializada, e a construtora não conseguiu reaver todas as frações. A empresa também foi proprietária do antigo Hotel Rio Palace, atual Fairmont, na Avenida Atlântica.
O grupo ao qual a Veplan pertencia era robusto. Além da construtora, incluía o banco Veplan Residência, a agência de publicidade Artplan (ainda ativa) e a Multiplan, controladora do BarraShopping e uma das maiores operadoras de shopping centers do país. Após a derrocada do braço construtor, o terreno foi se tornou um buraco – verdadeira cicatriz – no Centro.
O decreto da Prefeitura tenta resolver a questão usando um modelo previsto na Lei Complementar nº 270, de 2024. Em vez da desapropriação clássica, será feita uma hasta pública. O imóvel será avaliado e leiloado — com regras que exigem o reaproveitamento urbano em prazo determinado. O edital ainda será publicado, mas deverá incluir cláusulas que impeçam nova especulação. O terreno seria perfeito para a construção de um grande empreendimento residencial.
Na prática, trata-se de liberar para o mercado um dos últimos grandes terrenos disponíveis no núcleo do Centro, hoje foco de investimentos públicos e privados. A área é estratégica e tem frentes largas para duas ruas além de estar cercada por prédios comerciais, eixos de transporte e empreendimentos de altíssimo padrão, próximo também ao Polo Gastronômico da Praça XV e à nova sede do TRE.
O Centro do Rio esteve pior. Trabalho na Central e posso afirmar isso. Tomara que façam um bom residencial (nada desses studios, nome gourmet para kitnets) para serem explorados por AirBNBs.
O Centro precisa de unidades para pessoas que desejam morar de forma definitiva, apts. com pelo menos 60m² que sejam dignos para um casal com um filho.
Um prédio residencial com uma loja no térreo (um bom supermercado seria o ideal), atrairia muita gente. Perto tem alguns órgãos públicos de peso, está há 5min a pé de metrô e VLT.
Kkkk sobrado de valor histórico?Porque?Boate Nut é histórico?Pelamordedeus!!
Aquilo ali é um mafuá, um lixo!
Eu só queria saber como esse empreendimento poderia dar certo…o Centro está as moscas….quem vai querer comprar?Sem segurança, cheio de cracudo….só um louco montar escritório lá!
Além de mostrar todo ímpeto preconceituoso ainda tem falta de cognição e interpretação de textos.